11 de mar. de 2008

Vítimas da violência ou da sociedade?

4 mortos por dia, é o que se aponta como vítimas mortas a bala em Curitiba.
Essas vítimas não são vítimas da violência, mas sim vítimas da sociedade, que nas grandes cidades (e já nas pequenas também) é violenta em todos os aspectos. Inclusive nos aspectos políticos. Ora! Se todos, eu acho, concordamos com isso, porque continuamos nesse jogo de faz-de-conta de aceitar "esses" políticos (de qualquer partido que seja)? Se os políticos não tem idéias (ou não querem ter), tenhamos nós (os que não são da tal "sociedade organizada")

10 de mar. de 2008

O curriculum mortis e a reabilitação da autocrítica

Autor: Leandro Konder
Em Controvérsia, 8/03

A sociedade, modernizada, precisa de organização, eficiência. Para obter um emprego, para conseguir uma promoção, fazer carreira, o sujeito precisa exibir suas qualidades, ostentar seus êxitos. Já existem até manuais que ensinam o cidadão a preparar seu curriculum vitae. A trajetória ascensional de cada um depende dessa peça de literatura, que lembra as antigas epopéias, porque nelas o protagonista – o herói – só enfrenta as dificuldades para poder acumular vitórias. Os obstáculos servem apenas para realçar seu valor. O passado é reconstituído a partir de uma ótica descaradamente “triunfalista”.

O curriculum vitae é a ponta do iceberg: ele é o elemento mais ostensivo de uma ideologia que nos envolve e nos educa nos princípios do mercado capitalista; é a expressão de uma ideologia que inculca nas nossas cabeças aquela “mentalidade de cavalo de corrida” a que se refere a escritora Dóris Lessing.

A ideologia que se manifesta no curriculum vitae, afinal, aumenta as nossas tensões internas, porque nos dificulta a lucidez e a coragem de assumir o que efetivamente somos; ... Claro que não teria sentido imaginarmos que o quadro deveria ser idílico e sonharmos com uma situação na qual os indivíduos jamais colidissem uns com os outros. Sabemos que as contradições nunca vão ser inteiramente suprimidas, que a existência delas é uma dimensão essencial da própria realidade.

Nossas sociedades fragmentadas, divididas em grupos, em classes, em nações, em blocos de Estados, tornam muitíssimo mais difícil uma tarefa que por si mesma já é extremamente espinhosa: a de conhecermos as camadas mais profundas da realidade em que vivemos, penetrando gradualmente na essência mais significativa dos fenômenos, enxergando as coisas de um ângulo verdadeiramente universal, quer dizer, comum à humanidade como um todo. A humanidade está dilacerada, os indivíduos não sabem como agir para se tornarem uma encarnação dela. Não sabem o que há de mais universal neles. E isso contribui para que eles desistam da universalidade e se resignem a ser facciosos, unilaterais.

George Bernanrd Shaw, que conhecia a significação da autocrítica, disse uma vez que o erudito era um homem que se valia de seus conhecimentos para criticar os outros, ao passo que o sábio era m homem que se criticava a si mesmo.

Querendo ou não, cada um de nós caminha inexoravelmente para a morte (...). Reconhecendo francamente nossos fracassos, elaborando nosso curriculum mortis, assumindo autocriticamente os momentos “noturnos” em que vamos morrendo aos poucos, aumentamos as nossas possibilidades de nos conhecermos e de nos aperfeiçoarmos espiritualmente; e, de certo modo, esse talvez seja o único caminho possível de preparação para o fim pessoal inevitável. Quem insiste em se iludir, na realidade, está optando por enfrentar despreparado todas as dores que lhe vão desabar em cima, na hora da desilusão. Os indivíduos que conseguem se elevar a um ângulo mais universal e conseguem discernir com clareza as limitações do ser particular deles, em princípio, devem estar em condições menos ruins para se defrontar com a morte (já que são capazes de reconhecer algo – a humanidade, Deus – acima de suas individualidades; e esse algo não morre).

Na verdade, a compreensão de alguns dos problemas da vida só pode se aprofundar se nos dispusermos a refleti também sobre a morte, E há um precedente da maior importância na reflexão dialética sobre a morte; ele se encontra na Fenomenologia do Espírito, de Hegel. ... Em sua trajetória, a consciência assume diferentes figuras, A quarta figura desse itinerário é a autoconsciência e a quinta é a razão. Pois bem: para passar da autoconsciência à razão, é preciso pensar a fundo a questão da morte.

Na medida em que sente necessidade de avançar, a consciência precisa, por conseguinte, superar essa figura; precisa se desembaraçar da sua segurança artificial, vencer seu medo, encarar o negativo. E a forma universal do negativo é, precisamente, a morte.

A conquista da razão, portanto, depende – segundo Hegel – da capacidade que a consciência venha a adquirir de olhar a morte de frente, aproximar-se dela, permanecer junto dela, conviver com sua presença assustadora (em vez de contorná-la e fingir que ela não existe). Só assim a consciência consegue se enriquecer, assumindo seriamente seus limites, incorporando – dolorosamente – a dimensão do negativo à sua compreensão do mundo e de si mesma. “O Espírito” – lê-se na Fenomenologia do Espírito – “só conquista a sua verdade quando é capaz de se encontrar a si mesmo na mais absoluta dilaceração.”

9 de mar. de 2008

Senador PEDRO SIMON

Senador PEDRO SIMON lança livro "Dois mundos"

8 de mar. de 2008

Salários dos professores

Sobre o post anterior ( http://foiseotempoemque.blogspot.com/2008/03/em-mdia-escola-pblica-paga-mais-que.html) todos os meios de comunicação reproduziram a notícia com o mesmo tom, seja no título, no subtítulo ou na matéria (ver links no final do post): professor da rede pública ganha mais, O salário do professor aumentou mais do que outros, etc. Alguns analistas e pesquisadores consultados reafirmam os mesmos dados e procuram explicações para o setor público pagar mais que o privado! e poucos colocaram a verdade que interessa: "independentemente da diferença entre público e privado, os professores do país ganham mal" (José Marcelino Rezende Pinto, ex-diretor do Inep, na matéria da Folha Online).

Alguns leitores (provavelmente professores) se indiganaram nos comentários das matérias na Internet (muito menos do que os que escrevem nos blogs do BBB, como comentou um leitor). A indignação justa é com o teor das matérias, que nada acrescentam a solução da situação da educação no Brasil.

A questão também é que pouco menos ainda (muito poucos) acreditam que podem mudar alguma coisa. Mesmo os que gastam tempo lendo estas matérias, e comentando, caem no lugar comum de dizer que "com os políticos que temos, nada mudará nas próximas décadas". É verdade. Mas que faz os políticos somos nós (em todos os sentidos). Porque em determinados assuntos "bombas" a dita "opinião pública" se manifesta (será que se manifesta mesmo, ou é alguma manipulação da mídia?) e reverte decisões ou intenções dos políticos? E na educação ou na saúde, nada se faz?

Se os "formadores de opinião" acreditam que os professores são mal pagos, mal estimulados, mal apoiados nas condições de trabalho, etc., porque não se sustenta um movimento popular e projetos de leis deste oriundos para mudar esta situação? Estas mudanças são possíveis. Mas porque não nascem da população, ou da dita "sociedade civil"?

Enquanto isso, no planalto central ...

1) Um projeto de lei (2246/07) que tramita na Câmara dos Deputados pode banir o uso de telefones celulares em escolas públicas de todo o país. Se aprovada a proposta do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), o Poder Executivo terá 90 dias para regulamentá-la.
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/educacao/conteudo.phtml?id=737465

Não seria um assunto meramente administrativo ou disciplinar, a ser resolvido por cada Diretor?

2) Projeto permite dedução integral de gasto com educação. A Câmara analisa o Projeto de Lei 131/07, que permite a dedução integral, no Imposto de Renda da Pessoa Física, das despesas com educação, inclusive com creche, pré-escola, cursos de pós-graduação e educação profissional. A proposta, do deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR), altera a lei 9.250/95, que normatiza o cálculo e as deduções do IR. O limite atual para deduções com educação é de R$ 2.373,84.Sciarra argumenta que, como a educação é um direito social previsto na Constituição e o estado não consegue cumpri-lo, é razoável que o contribuinte tenha o direito de deduzir do Imposto de Renda os gastos que tem com seu próprio ensino ou o de seus dependentes. "Além disso, os ganhos derivados da maior escolaridade são do contribuinte, mas são também de toda a sociedade". Tramitação: A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:- PL-131/2007

A proposta foi apresentada em 13/2/2007. A quem beneficia esta proposta?

Alguns links:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u19421.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u365083.shtml

http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI2249687-EI8266,00.html

http://www.diocesejoinville.com.br/pt/noticias/noticia.php?noticia=NOTICIAS_MTk3Ng==
(reproduz matéria da Folha)

http://www.iets.org.br/article.php3?id_article=1037
(idem)

http://blog.controversia.com.br/2007/03/28/rede-publica-paga-quase-o-mesmo-que-a-particular/

http://www.todospelaeducacao.org.br/TodospelaEducacao/

Em média, escola pública paga mais que particular

http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI2249687-EI8266,00.html

Professores de educação fundamental de escolas públicas do Brasil ganham, em média, mais do que os da rede particular, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006 (Pnad), do IBGE.
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, de 1ª a 4ª série em escolas estaduais, o salário médio é de R$ 1.398. Nas municipais, R$ 1.051. Ambos são maiores do que nas particulares, que fica em R$ 1.048.
O quadro é parecido de 5ª a 8ª série, onde os rendimentos mensais ficam em R$ 1.347 na rede estadual, R$ 1.230 na municipal e R$ 1.120 na particular. Só no ensino médio a rede particular oferece, em média, salários maiores.
Segundo a Folha, uma das explicações é a heterogeneidade dos salários nas particulares, que podem variar de R$ 700 a R$ 8.000. Isso não acontece na rede pública. Em São Paulo, a diferença entre piso e teto da 1ª a 4ª série é de 92,3%.
A diferença entre os Estados também pode explicar as baixas médias da rede privada. Em Sergipe, a rede particular paga, segundo o Pnad 2006, R$ 410, contra R$ 628 da pública. No DF e em SP, a média das privadas subia para R$ 1.200.

Leia mais em

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u365083.shtml

1 de mar. de 2008

Blogueiros promovem ‘Google bomb’ para série de Nassif sobre Veja

Do Comunique-se

A série de reportagens que Luis Nassif publica na web sobre a revista Veja ganhou um aliado extra na divulgação: blogs simpáticos à iniciativa do jornalista promovem um Google bomb na página com a série. Espécie de protesto virtual, a ação consiste em estabelecer um grande número de links para a série no termo “Veja”. As referências são detectadas pelo Google, que aumenta a relevância do endereço em uma busca.

No início da semana, uma busca por “Veja” no Google trazia o trabalho de Nassif na terceira referência de resultados. Na sexta-feira (29/02), a série era a quinta referência sugerida em uma busca. Segundo o Techorati, 446 blogs já linkaram a página.

“Eu duvido que aumente a visibilidade, mas isso mostra que na internet, o jogo é outro. Há a possibilidade de reação”, afirma Lucia Freitas, do Ladybug, um dos blogs que encamparam a ação. A idéia do Google bomb da série surgiu no Bender Blog, de Daniel Bender.

Lucia informa que Nassif não pediu ao blogueiros que promovessem a manifestação. O jornalista também diz que não pediu, mas já alertava sobre a possibilidade no primeiro post da série.