Os brasileiros que quiseram saber quem traficava 500 kg de cocaína apreendidos semana passada no interior do Pará tiveram que recorrer à imprensa argentina. Mais precisamente ao jornal La Nación, pois no Brasil nenhuma grande publicação deu a notícia de que o traficante era Misilvam Chavier dos Santos, o Parcerinho, filiado ao PSDB, que transportava a droga. Algumas notinhas saíram só ontem.
O traficante tucano foi candidato a prefeito de Tupiratins, no Estado de Tocantins, pelo PSDB em 2004. Recebeu forte apoio do senador Eduardo Siqueira Campos, que dirige os tucanos no Tocantins. Misilvan é investigado há três anos pela PF mas foi só depois de sua prisão que o PSDB de Tocantins resolveu desfiliar o traficante.
Parcerinho foi preso pela Polícia Federal (PF) sexta-feira passada quando tentava voltar de São Paulo para o Tocantins depois que seu carregamento de meia tonelada de cocaína foi apreendido em aeroporto clandestino na fronteira com o Estado do Mato Grosso. A droga, avaliada em R$ 60 milhões, iria para Europa e EUA.
A agência de notícias Reuters noticiou o escândalo e distribuiu a informação para toda a imprensa brasileira, mas só poucos e pequenos jornais e tevês publicaram. Mesmo assim, escondendo que o traficante pertencia ao PSDB.
Dinheiro ia financiar campanha
O silêncio da imprensa e dos meios de comunicação foi o oposto do que ocorre em casos bem menores mas que envolvem gente que mexe com os interesses das elites.
Aliás, a atuação da mídia foi duramente denunciada no 5º Congresso dos Metalúrgicos.
No sábado, Parceirinho, que também já foi candidato a deputado estadual, admitiu o crime em entrevista para jornalistas.
Ele disse que receberia R$ 400 mil reais pelo transporte e usaria o dinheiro em sua campanha eleitoral para deputado estadual.
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